(Sugiro que ouça, durante a leitura, o som que está no vídeo ao fim do texto. Faça uma leitura lenta)
Fale-me de você!
Fale-me de você!
Vamos,
diga-me algo sobre você. É preciso que isso aconteça: que pare um pouco e
fale-me a seu respeito.
Conte-me como anda sua vida, suas sensações.
Não. Não
quero saber sobre o valor que pagou pelo ingresso naquele evento. Nem mesmo me
interessa discursar a respeito da cor que deveriam ter pintado o prédio da
esquina. Também não nos distraia falando sobre futebol, cozinha, política,
religião...
Quero ouvir
sobre você.
Vamos juntos
sentar naquele banco, ao som do movimento da vida, encarando-nos mutuamente,
sem deixar que os olhos passeiem por sobre os ombros ou que, por um descuido, a
nossa atenção se perca.
Quero ouvir
sobre sua vida, das coisas que te fazem bem, das que te completam. Conte-me se
o seu sentimento é de satisfação ou tristeza. O que me importa não são os
motivos e sim a sua verdade, a pureza ao me falar de você.
Permita-me
escutá-lo e permita-se confiar em mim. Diga-me se conquistou o que andava
buscando. Se não, também não importa. O que conta é a lição que tirou de tudo
aquilo que tenha vivenciado. Até porque corremos o risco de aprender mais com
as derrotas que com as vitórias.
Fale-me de
você. Pare. É necessário que deixe um pouco de lado as outras coisas e converse
comigo. Por que a pressa? É e será sempre assim? Até quando? Não olhe para o relógio.
Ele não importa agora. Olhe em meus olhos e me conte. Pode ser por meio do
silêncio. Às vezes ele fala mais que muitas palavras.
O mundo anda
tão cheio de coisas, tão lotado de pessoas com pouco espaço para sentimento,
com pouco tempo para ouvir e escutar.
Tudo bem?
Como anda seu coração? O que tem sentido?
Fale-me de
nossa amizade, de sua família, de seu cachorro. Você tem cachorro?
Preciso
ouvir você. Ou será você que necessita tanto falar?
Fale-me de
você!
Imagem: pixabay.com
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