segunda-feira, 3 de julho de 2017

Escolher feijão, uma tarefa instrutiva

Quem já teve o prazer de "escolher" feijão ou, pelo menos, viu alguém a desempenhar tal tarefa, pode entender aonde eu quero chegar. É uma terapia e tanto, é instrutivo, além de ser necessário, claro.

Cada um tem sua forma de fazê-lo. Geralmente colocam-se os grãos sobre uma superfície plana, uma mesa, talvez, e vai puxando aos poucos. Aqueles que não prestam, de forma alguma - os podres, os corroídos, as pedras e afins - são separados num monte à parte para serem descartados. A vasilha, a gente deixa no colo para, quando escolhidos, serem nela depositados.

Dentre os que ficam, há alguns que nos dão a impressão de inutilidade por serem diferentes quanto à cor, tamanho, fragilidade e até mesmo pela aparência enrugada. Mas são bons. Farão a mesma função que todos. São feijões!


Tais quais são as nossas escolhas. É preciso separar aquilo que não presta, que pode nos fazer mal ou até mesmo tornar-se pedra no caminho. Mas muitos confundem: afastam-se do que é diferente, pelo simples fato de não possuírem as mesmas “medidas” consideradas normais por grande parte. Esquecem que não somos feitos a partir de um único molde, e que muitas circunstâncias podem trazer consigo detalhes que farão com que as diferenças germinem, e assim, cada vez mais, o que possuía uma forma única apresenta-se com diferentes rostos, tamanhos e cores e tantas outras.

Isto não é ruim. É enriquecedor e nos ajuda a abrir os olhos para os mais diversos horizontes, afinal, somos seres dinâmicos, não formatados. A beleza da vida está em abrirmo-nos às possibilidades, nunca em nos fechar dentro de um casulo e não querer enxergar que a transformação pode acontecer com o nascer das asas.

Separemos os feijões. À parte ficarão os que não prestam, não por suas alterações, mas porque já estão podres ou são simplesmente detritos. Mas aqueles que têm características diferentes, deixemos. São feijões e não deixam de sê-los. O tempero e o acompanhamento é que darão o toque final. E... no momento certo (ou não), todos irão para a mesma vasilha.


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