Quase
todas as manhãs, antes do horário de me levantar, ouço o barulho do motor de um
carro. Insistentemente o motorista faz várias tentativas para ligá-lo. Demora,
mas ele não desiste, e o ruído incomoda não só a mim, mas a todos que moram na
vizinhança.
Certo
dia, notei que ele foi mais insistente. Levou muito tempo para que conseguisse.
Entre tentativas e vibrações do veículo, havia algumas pausas. Mas a
persistência o levou mais longe até chegar onde queria: o motor do veículo,
finalmente, funcionou. Obviamente o incômodo também foi maior.
A
vida, mais uma vez, ensinou-me algo: persistir pode até incomodar, mas é a
chave para o alcance do objetivo. Quantas vezes deixamos os sonhos de lado por
medo de incomodar ou até mesmo por achar que o resultado talvez devesse vir
mais rápido? O que seria da ciência, da tecnologia e de tantas outras áreas, se
não fosse a persistência diante dos erros com as experiências?
Talvez
o dono do carro pudesse trocá-lo, afinal, existem modelos mais modernos e que
resolveriam o problema, mas o julgamento num momento desses, sem conhecer, de
fato, os porquês, não nos cabe. Podem existir inúmeros. Quem sabe o veículo
seja, para ele, mais que uma simples máquina. É que, com o tempo, as coisas
podem se tornar sacramentos, afinal, aquilo fez e faz parte de uma história.
Por
isso, persista! Muitos apresentadores, atores, cantores, enfim, se tivessem
desistido no primeiro “não” que receberam, talvez nem fossem tão conhecidos e
nem estivessem no lugar e palco merecidos. Quantos talentos perderíamos se a
persistência não falasse mais alto? Quantos corações não estariam feridos não
fosse a persistência do perdão?
O
incômodo sem objetivo é invasivo, destruidor, mas quando há uma conquista como
propósito, é válido. Mesmo que tenha que fazer pausas, silenciar-se por alguns
minutos, incomode, mas persista!
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