segunda-feira, 25 de julho de 2016

Qual é o mistério da vida?

Na tentativa de encontrar uma resposta, ele mergulhou numa infindável pesquisa para desvendar qual seria, de fato, o mistério da vida. Passou por diversas áreas do conhecimento. 
A matemática, embora mostrasse que existem números perfeitos, não lhe trouxe um resultado exato, afinal ele não queria saber de decimais nem de sobras. Sua expectativa era uma explicação exata.
Com a ciência pôde adquirir um conhecimento profundo do que seja a vida. Seus horizontes foram ampliados, mas nada que significasse concretamente aquilo que buscava.
A tecnologia mostrou que o homem pode ir longe; que o ser humano é capaz de operar as mais complexas máquinas até mesmo para seu próprio bem - ou mal - , mas lhe trouxe um certo ar estático, o que o fez perceber que o mistério estava além de toda aquela revolução maquinária, robótica e virtual.
A religião trouxe-lhe diversas formas de ver a vida, múltiplas maneiras de experienciar algo maior, mas ele não se contentou, pois estava certo de que o mistério partia de um só lugar e poderia ser explicado somente de uma mesma forma.
Enfim, depois de tanto esforço, de tanto quebrar a cabeça no anseio de uma resposta, desistiu. Seguiu seu caminho. 
Um dia, sem nem mesmo lembrar da inquietude diante de sua busca, caminhava pelas ruas de sua pequena cidade. Eis que viu uma criança a esconder um objeto, com o maior cuidado para que as outras não o vissem. Em seguida, vieram outras que procuravam incansavelmente por algo. Ele, na ânsia de poder ajudar perguntou a um deles: "O que vocês procuram?", ao que a criança respondeu: "O tesouro. Estamos brincando de caça ao tesouro". "Eu sei o que é e onde está. Posso lhe mostrar", afirmou o rapaz. De maneira segura, o menino lhe disse: "Obrigado, mas não pretendo saber. O gostoso da brincadeira está em procurá-lo".
Ele deu-se por satisfeito. Não precisou fazer mais pesquisas, nem ficar incansáveis noites sem dormir para obter a resposta que tanto queria sobre o mistério da vida. Desde aquele dia, repetia sempre a frase da criança: "O verdadeiro sentido está em procurá-lo". 

terça-feira, 19 de julho de 2016

Persista!

Quase todas as manhãs, antes do horário de me levantar, ouço o barulho do motor de um carro. Insistentemente o motorista faz várias tentativas para ligá-lo. Demora, mas ele não desiste, e o ruído incomoda não só a mim, mas a todos que moram na vizinhança.
Certo dia, notei que ele foi mais insistente. Levou muito tempo para que conseguisse. Entre tentativas e vibrações do veículo, havia algumas pausas. Mas a persistência o levou mais longe até chegar onde queria: o motor do veículo, finalmente, funcionou. Obviamente o incômodo também foi maior.
A vida, mais uma vez, ensinou-me algo: persistir pode até incomodar, mas é a chave para o alcance do objetivo. Quantas vezes deixamos os sonhos de lado por medo de incomodar ou até mesmo por achar que o resultado talvez devesse vir mais rápido? O que seria da ciência, da tecnologia e de tantas outras áreas, se não fosse a persistência diante dos erros com as experiências?
Talvez o dono do carro pudesse trocá-lo, afinal, existem modelos mais modernos e que resolveriam o problema, mas o julgamento num momento desses, sem conhecer, de fato, os porquês, não nos cabe. Podem existir inúmeros. Quem sabe o veículo seja, para ele, mais que uma simples máquina. É que, com o tempo, as coisas podem se tornar sacramentos, afinal, aquilo fez e faz parte de uma história.
Por isso, persista! Muitos apresentadores, atores, cantores, enfim, se tivessem desistido no primeiro “não” que receberam, talvez nem fossem tão conhecidos e nem estivessem no lugar e palco merecidos. Quantos talentos perderíamos se a persistência não falasse mais alto? Quantos corações não estariam feridos não fosse a persistência do perdão?
O incômodo sem objetivo é invasivo, destruidor, mas quando há uma conquista como propósito, é válido. Mesmo que tenha que fazer pausas, silenciar-se por alguns minutos, incomode, mas persista!